Tudo é diferente quando você engravida depois dos 30. Não é exagero. Pode acreditar. Não se trata de fazer apologia à gravidez precoce. Mas é uma constatação do ponto de vista físico, da natureza humana mesmo. Ao 19, quando engravidei de André Filho, engordei exorbitantes 21 quilos, mas não me sentia cansada e, em 6 meses, havia voltado ao meu corpo de antes.
Agora, aos 31, é tudo completamente diferente. Cuidei da alimentação, aos 7 meses (30 semanas), engordei 6 quilos. É claro que continuo com um ritmo intenso de trabalho, mas me sinto mais lenta e, às vezes, indisposta. Porque, como diz minha mãe, mulher trabalhadeira não tem preguiça.
Não fosse tudo isso, ainda me descobri com diabetes gestacional, há algumas semanas. Não tem sido fácil. Vinha evitando doces, privilegiando a ingestão de frutas, legumes, proteína, derivados do leite… E achava que estava fazendo o melhor para mim e para o bebê. Pois, desde que fui à nutricionista, nem fruta estou comendo. É impressionante como um pedacinho de mamão alterou a minha glicemia. Sim, porque estou furando o meu dedo quatro vezes por dia para monitorar a glicose e adaptar a minha nova dieta.
Tive que substituir o leite desnatado por lei de soja, introduzir alimentos integrais (pão, arroz, macarrão), aumentar a ingestão de azeite (que ajuda a baixar a glicose), farelo de aveia e linhaça, fibras e granola. Batatinha, macaxeira e derivados, inhame e jerimum estão proibidos.
E o que é diabetes gestacional?
É uma doença que acomete mulheres que não tinha diabetes antes de engravidar. É provocada por hormônios produzidos pela placenta que bloqueia a ação da insulina e faz os níveis de glicose aumentar. Aparece comumente a partir da 24ª semana. Normalmente, após a gestação, a doença some. Existem alguns fatores identificados como de risco: sobrepeso, ter tido diabetes em gestação anterior, ter tido um bebê que faleceu antes de nascer e ter mais de 25 anos.
Uma dica: Não adianta fazer apenas a glicemia de jejum. Essa eu fiz, no início da gravidez, e deu absolutamente normal. É preciso fazer a coleta do sangue em jejum, toma-se um xarope (dextrozol) e, após duas horas, faz-se nova coleta. Esse exame laboratorial vai verificar a capacidade do seu organismo de processar a glicose. Só assim eu descobri que estava com diabetes.
Há mulheres que precisam tomar insulina, porque somente a dieta não é capaz de controlar os níveis de açúcar no organismo. Isso ainda não está descartado para mim. Fiquei surpresa quando a nutricionista me alertou sobre esse fato. Mas andei lendo sobre o assunto e vi que a aplicação de insulina não representa riscos para o bebê.
Quando recebi o diagnóstico, fiquei arrasada e preocupada. Mas há coisas na vida das quais não adianta se lamentar, mas se adaptar a elas. Estou fazendo a minha parte e espero que tudo dê certo.
Deixe um comentário